O preço tem se mostrado um grande desafio na hora de negociar um imóvel, sendo um dos principais motivos para que dois em cada três brasileiros desistam de alugar, comprar ou vender, com receio de fazer um mau negócio.
Segundo a pesquisa realizada pelo Grupo QuintoAndar em parceria com o Datafolha, que teve como objetivo identificar os obstáculos enfrentados pela população na hora de determinar o valor adequado de um imóvel, 65% dos brasileiros já desistiram de fechar um contrato de compra, venda ou aluguel de imóvel por receio de fazer um mau negócio em função do preço.
A pesquisa buscou identificar os principais desafios enfrentados ao precificar imóveis. O levantamento revelou que 84% dos entrevistados consideram difícil obter informações precisas sobre o valor adequado de um imóvel. Em uma escala de 0 a 10, os maiores desafios apontados foram:
Encontrar fontes confiáveis de orientação (média de 6,4);
Determinar se o preço está correto no momento da decisão (6,4);
Avaliar o impacto de reformas ou melhorias no imóvel (6,3).
A pesquisa também identificou que 68% dos proprietários demoram até um mês para definir o preço de um imóvel.
Além disso, 56% dos proprietários admitem inflacionar o preço do imóvel, já esperando conceder um desconto durante a negociação. Embora comum, essa prática pode prejudicar quem deseja vender ou alugar, impactando negativamente a liquidez do imóvel. 53% dos participantes acreditam que os proprietários recorrem a essa estratégia para abrir espaço para pedidos de desconto.
Outro dado importante é que o preço é o fator decisivo na escolha de um imóvel para 56% dos entrevistados destacam a dificuldade de ajustar o negócio ao orçamento disponível.
Em relação aos compradores e inquilinos, 77% começam a busca por um imóvel já pensando em obter um desconto. Mais da metade desses (52%) espera conseguir uma margem de negociação entre 5% e 10% do valor do imóvel.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa foi realizada com 2.005 entrevistas, entre os dias 27 de agosto e 12 de setembro, com brasileiros de todas as cinco regiões do país (Sudeste, Sul, Norte, Nordeste e Centro-Oeste). A amostra incluiu também as regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, as mais populosas do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O Raio-x FipeZap
Lançado no final de agosto traz uma perspectiva muito parecida com a apresentada:
Os brasileiros consideram que os preços dos imóveis estão elevados. A percepção de que os valores atuais no mercado imobiliário são "altos ou muito altos" é compartilhada por 74% dos potenciais compradores. Entre os que pretendem adquirir um imóvel nos três meses seguintes à pesquisa, a sensação de preços elevados é ainda maior, com 79% classificando os valores como altos.
Nos últimos 12 meses, 63% das vendas de imóveis envolveram algum tipo de desconto. No período encerrado no segundo trimestre, o desconto médio foi de 7%, um aumento de 2 pontos percentuais em relação a junho de 2023. Quando consideradas apenas as vendas que tiveram algum abatimento no preço anunciado, a redução média chegou a 12%.
Elevadas taxas de cartórios
Além dos preços acima do esperado, o mercado também conta com problemas no fechamento do negócio, as elevadas taxas de cartórios desestimulam formalização de imóveis
Esse aumento excessivo dos custos cria desafios tanto para o corretor de imóveis quanto para a imobiliária. Ele torna mais difícil para o cliente concluir todo o processo, que inclui o registro do contrato, a emissão da escritura e seu registro na matrícula do imóvel, etapas essenciais para garantir a segurança jurídica do comprador.
O estudo feito pelo CRECI e FIESP destaca os percentuais de aumentos muito significativos, muito além da inflação do período, o que nos leva a crer que esse aumento não tem justificativa nenhuma, a não ser arrecadatória.
Conclusão
É necessário fazer uma avaliação do panorama geral e analisar qual melhor estratégia na hora de precificar seu imóvel. Para que o mercado imobiliário se torne mais acessível e eficiente, é fundamental a adoção de práticas mais transparentes e ajustes que levem em consideração a realidade econômica dos compradores e vendedores.
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