O mercado imobiliário brasileiro continua sendo um dos grandes termômetros da economia. Com a taxa de juros em patamares elevados, programas habitacionais se expandindo e os consumidores procurando novas oportunidades, o setor passa por transformações importantes.
Nesta análise feita pelo Secovi-SP, exploramos os principais dados apresentados nesse último relatório de inteligência de mercado, destacando os fatores que influenciam o setor e as expectativas para o futuro.
O Crescimento do PIB e a Construção Civil
O desempenho da economia brasileira tem impacto direto no setor imobiliário. O PIB da Construção Civil apresentou variações significativas nos últimos anos, refletindo desafios e oportunidades. Para 2025, as projeções indicam um crescimento moderado, acompanhando o ritmo da economia como um todo mas com um com um crescimento percentual acima, acompanhando o crescimento do ano anterior

Inflação, Taxa Selic e o Custo da Construção
A Selic tem sido um fator determinante no financiamento imobiliário. Após atingir um dos menores patamares da história em 2020, os juros voltaram a subir e hoje se mantêm elevados, com expectativa de altas históricas quando comparados com os últimos 10 anos. Além disso, o IPCA e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) impactam diretamente os preços dos imóveis.

Com juros altos, o financiamento fica mais caro, podendo reduzir a velocidade das vendas e dificultar o acesso à casa própria. Por outro lado, o arrefecimento da inflação traz uma perspectiva mais estável para o setor.
Financiamentos e as Taxas de Juros: Um Desafio a Superar?
O crédito imobiliário é essencial para o setor. As taxas de juros nos financiamentos imobiliários permanecem em patamares elevados, impactando o poder de compra da população.

A expectativa é que o mercado se ajuste a essa realidade, com construtoras e bancos buscando alternativas para facilitar a aquisição de imóveis.
O Mercado de Trabalho e a Construção Civil
A geração de empregos formais na Construção Civil é um reflexo do dinamismo do setor. Após um período de retração, a empregabilidade voltou a crescer em 2024, mas na construção civil, houve uma baixa.

Esse movimento é um indicativo positivo, pois maior geração de empregos significa mais renda circulando na economia, fortalecendo a demanda por imóveis, sendo previsto que em 2025 o crescimento na Construção Civil acompanhe o total
Mercado Imobiliário da Cidade de São Paulo
O Crescimento dos Lançamentos Imobiliários em São Paulo
São Paulo segue como o epicentro do mercado imobiliário no Brasil. Em 2024, foram lançadas mais de 104 mil unidades na capital paulista, um volume expressivo que demonstra a força do setor na cidade.

Oferta e Demanda: O Equilíbrio Entre Lançamentos e Vendas
O volume de lançamentos acompanha de perto a demanda do mercado. O Valor Global Lançado (VGL) e o Valor Global Vendido (VGV) se mantiveram equilibrados em 2024, reforçando a estabilidade do setor.



O Programa Minha Casa, Minha Vida em Expansão
O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) teve um ano de forte crescimento, com 65.900 unidades lançadas em 2024. A participação do MCMV no mercado passou de 37% para 50%.

Com incentivos do governo, o programa segue sendo uma peça-chave para a habitação popular no Brasil.
Tempo de Escoamento da Oferta e a Saúde do Mercado
A oferta final de imóveis caiu 9,2% em 2024, demonstrando um ritmo acelerado de vendas. Caso novos lançamentos fossem interrompidos, o estoque atual de imóveis se esgotaria em 9 meses.

Demonstra-se que a demanda continua forte e que o mercado não sofre com o excesso de oferta.
Financiamento Imobiliário: O Impacto dos Juros Altos
Os financiamentos continuam sendo um desafio, já que a taxa de juros elevada encarece o crédito para aquisição de imóveis. No entanto, estima-se que o financiamento imobiliário movimente entre R$ 150 bi e R$ 160 bi em 2025.

Ainda assim, bancos e incorporadoras estão buscando alternativas para tornar o financiamento mais acessível.
Expectativas para 2025: O Que Esperar?
Para 2025, as projeções indicam um mercado imobiliário ainda aquecido, mas com desafios a serem enfrentados. Entre os principais fatores que devem influenciar o setor, destacam-se:
Juros elevados: A taxa Selic ainda está alta, o que impacta o crédito.
Demanda sustentável: O estoque de imóveis segue abaixo da demanda, o que mantém os preços aquecidos.
Política econômica: A redução de gastos públicos e o equilíbrio fiscal serão fundamentais para impulsionar o setor.


Se esses fatores forem favoráveis, o setor pode ter um desempenho sólido em 2025
Conclusão
O mercado imobiliário segue resiliente e se adaptando às mudanças econômicas. O crescimento do Minha Casa, Minha Vida, o equilíbrio entre oferta e demanda e a expansão do crédito imobiliário são sinais positivos para o setor.
No entanto, desafios como os juros elevados e a necessidade de políticas públicas eficientes ainda precisam ser superados. Para investidores e consumidores, 2025 será um ano de oportunidades.
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